Sunday, December 20, 2015

ãos e ias

Miserável
Inconsolável
Pobre de amor
De frescor

Solidão
Incompreensão
Todos os "ãos"
Menos o de são

Insanidade
É a minha verdade
Urro de dor
Perco calor

Morte diária
De uma vida precária
Imaginária
Sanguinária

Uma corda bamba
Com um fio de nylon
Partido
Rompido
Destruído

Corpo gelado
Apático
Estático
Traumatizado

Vida parada
Fria
Vazia
Todas as "ias"
Menos a de alegria

Saturday, October 3, 2015


Calma
Descansa a pressa
Logo os hematomas se dispersam
Vão do roxo ao amarelo
Sem esquecer do vermelho da dor
Momentos de horror
Loucura que fere, que mutila
Que reflete na epiderme
Corpos e Almas marcados
Uma memória sem fim
Desejo que sejam firmes
Para que um dia sejamos livres
Desejo Coragem e Indignação
Coragem pra enfrentar truculências
Indignação pra não se calar
Deixem a alma falar
Uma alma que fala, é uma alma sem delito
Logo a vida recomeça
Os buracos da alma se fecham
Calma!
Descansa a pressa
Mas nunca deixem de lutar!
Calma!
Descansa a pressa
Ainda há muito que caminhar.





















Saturday, July 4, 2015

Por vir


Os anos ficaram pra trás
Tua memória já não me era familiar
O tempo que tudo finda
É o mesmo que permite os reencontros
E é ao tempo que a gente brinda

Ele, por descuido
Ela, pelo desejo do riso
No tempo do tempo
No tempo certo
Com o acaso por perto
Materializaram o afeto

Agora tem tempo por vir
O tempo pôs fim aos desencontros
Uniu horizontes
No tempo do tempo
No tempo certo



Saturday, March 28, 2015

Intervalos


Uma dúzia de anos
E nossas vidas se cruzaram como eclipses
Encontros raros
Únicos a cada ciclo

Sol e Lua
Uma eternidade desencontrada

Da ponta dos dedos saíram os toques
As carícias mais suaves
Mas também nossas palavras
Doces, amargas
Salgadas
Limitadas

Com a primeira lágrima, veio também a última
E mais um ciclo se finda
E mais uma cicatriz permanece
Dessa vez não parti
Continuo aqui

Dói, porque o corte é profundo
Porque dividimos o mesmo Mundo
Esse remédio amargo que não cura
Que só deixa de doer quando vira superfície
Dizem que logo se acostuma
Que o remédio fica doce
Que um amor placebo é capaz de sarar um desamor

Eu e tu nunca fomos nós
Serei nós agora

Vambora!
Aceitei a vida e as alegrias de viver sem ti
Que me fazia Eu
Que Eu fazia Tu
E que nunca nos fizemos
Mas agora seremos!




Eclipse

Quando eu era Sol
Aceitei ser Lua
Pra ser tua
Porque eras Lunar
Então te pedi que fostes Sol
Pra me iluminar

Sol não quisestes ser
Nem mesmo pra me aquecer
Querias que fossemos Luas
Mas sem o Sol
Como seria possível nosso Eclipse?

Voltei a ser Sol
Sozinha
Continuarei a iluminar novas Luas
De Júpiter
De vidas escuras, noturnas
Que seja

Que se acomodem aqueles que se alimentam do meu calor
Porque só sei irradiar amor
Se meus raios machucaram tua epiderme
deixa pelar, descamar, regenerar
Serás novo amanhã

E eu serei o mesmo Sol
Amando, queimando
Aquele que se esconde pra deixar a chuva passar
Que ilumina o Luar
Que só sabe amar



Sunday, February 1, 2015

Brevura


Em pedaços, estilhaços
Não há mais distância 
Da Fantasia ao Real
Em instantes, inconstantes
Tristes semblantes

Escrevo pra não sufocar
É de onde tiro ar
Ins(pirar), ex(pirar), recomeçar

Fomos breves
Muito breves
Insensatos
Quase fugazes

Foi tua escolha
Meu martírio, meu exílio
Mais escritas
Mais palavras mal-ditas

Que a vida nos reconstrua
Com paixão e com ternura
Chega de tortura
Que vivamos nossa candura
Doçura!

Thursday, January 29, 2015

Por nós mesmos


Noite à dentro
Mente à fora
Minh'Alma desperta
Os olhos arregalados
Coração apertado

E tu onde estás?
Tende piedade dos meus sonhos
Revela esse segredo
Que tanto me causa medo

De nossas vidas espalhadas
O destino resgatou muitas peças
Teimosas, insistem em não se juntar
Um quebra-cabeças tão lindo
Que a vida ainda há de montar

No extremo Sul, talvez
Ou quem sabe bem no Centro
Em qualquer direção
Contanto que não falte amor
Serei tua onde for

Quero esse retrato montado
Pra emoldurar nosso afeto
Que seja sempre doce
Regado à quindins e afins
Nos vemos logo
Pra mais um por do sol
Nos vemos logo
Pra amanhã(sermos)!



Tuesday, January 27, 2015

Meu Bem


É puro açúcar
Doçura que inspira
Que me alimenta de Amor, que expira Vida
É a inspiração deste poema
De rimas pobres e de sentimentos tão ricos

Tem a voz do Paraíso
Aquela que acalma até a mais caótica das Almas
Voz que nina meu sono
Que toma conta dos meus sonhos
Os aprisiona

Amor que ressurge como uma Fênix
E ocupa um lugar que sempre foi seu
Destino! Sina! Karma!
Que seja!

Fica!
Estamos no lugar certo
Nosso tempo é este instante
Que seja leve, que seja livre
Que nunca mais sejamos tão breves
Fica!




Tuesday, January 20, 2015

Mago das Almas

Quando revive a dor do outro
Se entrega
É Empatia desde as entranhas
É a pureza do amor e a certeza da caridade

Daqueles faceis de amar

Daqueles faceis de admirar
Te admiro, Te amo
Será?!
Idolatro tua sina
De salvar meninas

As meninas dos olhos de uma Nação

Nossas Crianças, pura invenção
Se tuas mãos carregam esse dom
Que seja sempre bom

Tão bom quanto sonhar contigo

Quanto vislumbrar o mundo de par
É saber que sou teu Porto
Onde tuas mãos urgem em descansar

Faz do meu corpo tua morada

Dos meus sonhos tuas verdades
Que possas te recarregar em mim
Sempre que alguma menina decidir se fechar

Essas idas serão teu martírio

Mas muitas vindas hão de amenizar tua dor
Pedir que não te envolvas, é como pedir que eu não me apaixone
Inimaginável

És todo delas

Das meninas dos olhos de muita gente
Faz desse dom a esperança
De quem tem a alma doente

Remédio

Já é tarde!
Recolhe teu cansaço
Descansa o Consciente
Dá vida ao Inconsciente

Revive!
Renasce!
Disfarce!

Se dói, é porque faz efeito
Há de curar!
A Vida dá seu jeito

Saturday, January 17, 2015

Sono Sagrado


A minha eternidade é um flash
O tempo é arquétipo
Me ilusiona
E me mantém caquético

O futuro não é mais do que instantes

E são esses que aprisiono na memória
Apenas os instantes
Para que tua presença se faça eterna

Há muita beleza na tua tristeza

Embora teu sorriso seja o mais lindo já visto
Sorri pra mim, para que o tempo congele
Para que a dor não nos repare

É no teu toque rude

Na graciosidade do teu afago
Entre terças, sextas e sábados
A essência da saliva que se fez uma só
É a profecia do reggae tocando na alma
É a nítida lembrança do cheiro de cada poro do teu corpo
Molhado, (Trans)pirado

Já não és apenas um beijo e um carinho

Aqueles que busco no auge da minha carência
Ou aquele carinho na poltrona de um cinema de Vanguarda
Nem tão pouco a risada do filme
E muito menos a decepção de anos passados
És outro! Ponto!

Hoje sei o quê sou e o que fui contigo

Ainda não sei o que posso ser, mas quero saber
Cervejas, drinks azedos, minha fome que não cessa
Uma transa mítica, despudorada

Te aguardo em meus sonhos

Aqueles que tenho acordada
Porque a noite sem ti ainda é amaldiçoada
A insônia é minha madrinha
Que vive levando embora meus bocejos

Ainda me restam as fotos

Por onde te olho e te espero
Porque meu sono mais tranquilo é do teu lado
Preciso dormir uma noite mais
Vem velar meu sono, me fazer hibernar
Não me desperte tão cedo
Ao menos que seja pra namorar

Mas quando será?

Que seja no instante seguinte
Que seja forte
Que seja nosso Norte.



Friday, January 16, 2015

Destemor à morte


Esse poema não é meu. Mas cada vez que leio me aproprio dele. É tão mórbido quanto eu em meu pólo negativo. Vem de uma mente já doente, atordoada e alienada da própria dor. Tem a sombra que vejo quando olho pro autor. Uma sombra que eu não sabia de onde vinha, mas que agora vejo clara, nítida e zombando de mim. São palavras de um tempo antigo, de antes da primeira crise, mas que ainda ecoam na alma. Eu ainda escuto os gritos. Que vontade que tenho de te resgatar, de te acolher, de te cuidar. Assim como tua dor me resgata de mim mesma. Conta comigo pra escrever o "Destemor à Vida", mesmo que precise, antes, dar um passo no abismo escuro.


"Quando me cai uma noite
O sono se finge de morte
O eco na mente ressoa
É este o estado de sonho?

Ainda me caio à noite
Se mesmo ainda dormindo
Existência essa, intragável
Sem nenhum registro de sorte
Profundo, eterno e bom sono
Dispenso o sol que é bem-vindo

Quando me sinto sem noite
O sono se finge de morte
Latente é o medo de tudo
A vida resiste sem norte

Se todas as noites que caem
De sono não fingem por ora
Feridas mas não atingidas
De vozes partidas da mente
Não sendo nem mesmo mais ditas
Jazem um sono bem fundo

Se todas as noites vorazes
Já não ameaçam de morte
Nem mesmo ameaça à vista?
Confunde na mente
Sonho ou memória?
Insônia noturna divina!
Insônia, insônia..
Insônia diurna de vida

Nem mesmo ameaçam de morte?
Se é que ameaçam de vida
Dispensam o risco corrido
Constroem trincheira implacável
Adequada à dormida profunda
Empedra um trecho do mundo
Esmorece não a tendo vivido"

Insana

E numa visão catastrófica
Sem pretensões filosóficas
Eis que surge a bonança
Que no falso libertar dos pólos
Assume soberana
A ilusão de uma mente sana
Um turbilhão de ex-moções
Que nem eles podem explicar
Uma queda de braços de aço
Onde ceder configura fracasso
Enciumados
Repetem mil mentiras
Na esperança de ouvi-las verdade


Thursday, January 15, 2015

Paniquei!

Paniquei...
E quando dei por mim, já estava em outra Era
Minha Era de Aquários
De onde até hoje recolho (meus) retalhos

Paniquei...
Quero voltar!
Quero habitar meu corpo
Deixar de ser carcaça
Costurar os últimos remendos
Me fazer inteiro

Paniquei...
Quero um corpo e uma alma
Com seus defeitos sanos
E insanas perfeições

Afecções
Do Mundo em mim e de mim no Mundo
Paniquei...